terça-feira, 20 de agosto de 2013

A saga da escrivaninha

Costumo dizer que só tenho um lar quando tenho uma escrivaninha. E é verdade. Sou apaixonada por este móvel desde criança, quando dizia que ia ser professora, psicóloga ou secretária. De todas estas profissões, só não fui psicóloga, mas como todo jornalista que se preze, passo boas horas do meu dia neste espaço que, pra mim, é mais que uma mesa de trabalho.
Ter uma escrivaninha onde eu estiver é como demarcar território. Condição pra eu me sentir em casa.

A primeira foi improvisada, no que sobrava do espaço de uma mesa instalada no meu quarto pra acomodar quinquilharias. Me bastava. De repente, de uma hora pra outra, perdi alguém especial, fundamental, e a minha mesa junto, porque os rearranjos do que sobrou da vida não me permitiram ter um quarto, muito menos uma escrivaninha. Mas ela permaneceu na minha memória, não só como um móvel, mas como uma lembrança do tempo em que as brincadeiras eram mais alegres.

O tempo passou e, novamente, ganhei um quarto, e uma TT. Meio antiga, meio capenga, mas que caiu no meu refúgio como uma luva, e passou a ser tão ou mais importante que a minha cama. Depois, veio uma mais moderninha, que combinava com a cor do guarda roupa e que tenho até hoje, mas que de certa forma ficou pra trás.

A presença da escrivaninha é tão importante pra mim que, se não tenho uma, improviso, e já fiz isso duas vezes: a primeira, quando fui trabalhar em uma escola e, tendo que passar a semana fora de casa, carreguei um pedaço de madeira, improvisei umas patas e, tcharãm, eu tinha algo pra chamar de “minha mesa”, no meu quarto. A segunda, foi quando fui morar em Pelotas, em uma pensão, e logo tratei de catar um móvel que pudesse ser travestido de escrivaninha e tcharãm, nem preciso dizer o que aconteceu :D TT :D.

Sou tão aficionada por escrivaninha (e por decoração), que quando estou procurando um apê e vejo as fotos da sala, eu sempre imagino onde eu colocaria a...

E agora, finalmente, depois de um ano em Porto Alegre, mesmo que ainda sonhando com o apê todinho meu, posso dizer que me sinto em casa, porque acabo de comprar algo que pra mim é quase como um ninho. Foi amor à primeira vista, mal pude acreditar quando ela chegou aqui e se instalou na minha sala.

A partir de agora, é a minha companheira fiel neste momento em que tantas mudanças ainda estão acontecendo. Neste momento de tantas alegrias e realizações. É mais uma que me acompanha. Mais uma das que eu me apaixonei quando ganhei, mas que se tiver que deixar pra trás, deixarei, porque nenhuma outra será como a primeira. E se a cada fase da vida tiver que ter uma pra marcar e me acompanhar, que venham muitas escrivaninhas.
A rainha do lar

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